5.15.2007

Perfume: A História de um Assassino (Perfume: The Story of a Murderer) - 2006

“É como capturar o perfume das rosas em sua morte”


Antes de falar sobre minhas impressões relativas ao filme, preciso desabafar: fiquei passada com a atuação de Ben Whishaw, que praticamente não fala durante todo o filme e, mesmo assim, consegue expressar e passar para o espectador as sensações e sentimentos vividos pelo personagem. Com tudo isso, diga-me, pra que falar?
Agora, vamos ao resto. Como já foi amplamente divulgado, o filme estava sendo muito esperado por ser baseado na obra-prima homônima escrita por Patrick Süskind. O livro é um dos mais famosos best sellers alemães do século XX e foi traduzido para 45 idiomas, alcançando a marca de mais de 15 milhões de cópias vendidas no mundo.

O filme começa mal, com a cena de Jean-Baptiste Grenouilles recém-nascido pegando o dedo de uma criança e cheirando. Confesso que até ri da cena, de tão ridícula que foi.

Depois, tudo vai ficando melhor. O figurino, a fotografia e a direção de arte estavam ótimos, bem como as interpretações. O objetivo de fazer com que o espectador quase chegue a sentir os cheiros experimentados por Jean-Baptiste foi alcançado com sucesso. Afinal, imagino que passar a idéia de cheiro em um filme seja uma das tarefas mais difíceis.

A produção conta a história de um menino de nasceu com um dom: sentir o cheiro das coisas há distâncias imensas, além de diferenciar o cheiro de cada componente de um todo. Por exemplo: em um jardim, ele consegue diferenciar o cheiro da pedra, da terra, da grama, da minhoca, da flor e da fruta, mesmo estando a uma quadra de distância do tal jardim.
Já adulto, Jean-Baptiste consegue tornar-se aprendiz de um decadente perfumista, que ensina técnicas importantes e desperta no jovem a obsessão de eternizar odores, depois de perceber que o cheiro inesquecível de uma mulher que conheceu acaba sumindo após alguns minutos de sua morte. A partir daí, Jean-Baptiste passa a buscar o perfume perfeito, que dá a sensação de êxtase em quem sente seu cheiro.

Há pontos meio vazios no filme. A maneira com que as vítimas vão sendo assassinadas, com exceção da primeira, fica muito vaga e dá uma sensação estranha no espectador, que experimenta um misto de pena, amor e ódio pelo protagonista. Outro ponto que parece ter sido jogado no meio da história é a prisão do assassino. Não se sabe como os policiais chegam até ele e quais as pistas que entregaram Jean-Baptiste como o serial-killer das jovens. Até aí, nada de muito prejudicial.

Meu problema com o filme começou mesmo no momento da orgia e da piração do pai da última vítima: dois momentos ridículos do filme. O final, não menos ridículo, deixou apenas a sensação de que o filme poderia ter sido melhor. Bem melhor.

Mais Informações:

Duração: 147 minutos
Direção: Tom Tykwer
Elenco: Ben Whishaw, Dustin Hoffman, Alan Rickman, Rachel Hurd-Wood, John Hurt
Direção: Tom Tykwer
Fotografia: Frank Griebe
Roteiro: Andrew Birkin, Bernd Eichinger, Tom Tykwer
Trilha Sonora: Johnny Klimek, Reinhold Heil, Tom Tykwer

2 comentários:

Anônimo disse...

eu gostei, mas tem umas cenas esquisitas. eu tinha amado o livro, mas li em outro momento, não sei se gostaria hoje. beijos, pedrita

Carla Martins disse...

Isso mesmo! Concordo plenamente com você!

Beijos

 
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