3.14.2007

Navalha na Carne - PLÍNIO MARCOS

Um espetáculo teatral que vira livro. Assim, Navalha na Carne foi lançado para homenagear Plínio Marcos, que teve sua peça censurada pela ditadura quando já estava pronta para estrear, em 1967.

Escrita há 40 anos, a história não poderia ser mais atual. Trata, de maneira nua e crua, da vida de três personagens que vivem de maneira precária e tentam sobreviver com o mínimo de dignidade, que parece quase não existir. Assim como acontece realmente, os diálogos foram escritos na linguagem exata dos personagens. Dá até para imaginar facilmente a cena na vida real. De fantasia, a peça não tem nada.

Neusa Suely é uma prostituta que, desesperada, chega a perguntar se ainda é gente. Depimida, compra o afeto de Vado, seu cafetão, que parece querer converncer com palavras, o tempo todo, que tem algum valor na vida. Veludo completa o grupo, com seu vício e seu medo de ser prejudicado por ser homossexual. Li o livro em um dia, com a respiação presa, sentindo o clima pesado da trama.

O livro é atual, é cruel, é real. E as fotos da encenação, que completam e complementam os diálogos, são simplesmente geniais! A sintonia entre texto e imagem não poderia ser melhor. E, para completar, no final do livro há artigos sobre a peça que saíram nos jornais da época. Lá pode-se compreender um pouco da revolta que a censura indiscriminada da época causava. Antes de tudo, os censores eram burros! E, por causa disso, as pessoas eram privadas de absorver cultura. A peça só foi montada da íntegra 13 anos depois. Adorei a experiência! Recomendo!

4 comentários:

Anônimo disse...

eu ainda não vi o filme baseado nessa obra. nem nenhuma montagem da peça, apesar de algumas já terem passado aqui em sampa. queria ter visto o ilusionista, mas não consegui. beijos, pedrita

Anônimo disse...

Treze anos para que a censura permitisse sair a peça. Deve ter dado muito rebuliço em 67....

Deu vontade de ler, mas então você que já naquele tempo a violencia corria a solta?

beijos

Carla Martins disse...

Pedrita,

Compre o livro! E assista ao filme O Ilusionista! =)

Carla Martins disse...

Então, Ingrid. Lendo o livro você percebe que, naquela época, viver a vida sem dignidade já era coisa para muitos.

 
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