7.27.2007

A Vila (The Village) - 2004

O filme recebeu muitas críticas, talvez pelos furos no roteiro, mas eu, sinceramente, não senti que eles prejudicaram muito a trama. Achei A Vila um ótimo filme e gostei bastante do desfecho, inesperado da maneira que mais gosto. O filme se passa no século XIX, mas mescla acontecimentos que não poderiam ser mais atuais.
Quem ainda não viu o filme, pare de ler aqui. O longa não terá graça nenhuma se você souber o que acontece no final.

Em 1897, 60 pessoas vivem em uma vila à parte do resto do mundo. Não há uso de dinheiro, todos dividem seus bens, são amigos e vivem em harmonia. A vila fica no meio de uma grande floresta e os moradores, desde que nascem, aprendem que não podem entrar na floresta e, consequentemente, nunca podem sair da cidade, porque na floresta há perigosas e misteriosas criaturas, chamadas de Aqueles-de-quem-não-falamos. Aquele povo não possui um governante, mas sim um grupo de anciãos (que fundaram a vila), respeitados por todos e responsáveis pela liderança do povo.

O filme faz você entrar no clima da história e pensar que o desfecho mostrará apenas o motivo de as criaturas estarem matando animais e jogando-os nas portas do moradores. A caixa preta trancada de todos os anciãos também é um mistério que faz o espectador esperar ansiosamente pela resposta. Porém, quando Lucius é ferido, sua amada Ivy Walker (em segundo plano, acontece uma linda história de amor) é autorizada por seu pai, um dos líderes da vila, a entrar na floresta e ir em busca de medicamentos na cidade mais próxima.

Como a menina é cega, ele precisa revelar a ela a grande verdade: as criaturas eram uma farsa para prender os moradores sempre em segurança na vila, como se eles vivessem para sempre em um mundo perfeito. E os anciãos, na verdade, eram antigos moradores de grandes cidades que perderam entes queridos de forma extremamente violenta e, ao se conhecerem em um centro de ajuda, resolveram criar a vila para nunca mais terem que passar pela dor de conviver com tamanha violência (o filme conta uma história do século XIX, mas isso não poderia ser mais atual). GOstei muito de o filme ter mostrado o lado bom e o lado ruim do isolamento. Sem medicamentos, perder pessoas amadas por doenças facilmente tratadas nas grandes cidades mostra que nem tudo são flores ao tomar uma decisão como essa. O autor da matança dos animais é outra surpresa ótima e inesperada do filme.

Confesso que aluguei o filme esperando assistir a um filme de terror. Mas a troca foi boa. Adorei A Vila e recomendo demais!

Mais informações

Duração: 120 minutos
Direção: M. Night Shyamalan
Roteiro: M. Night Shyamalan
Produção: Sam Mercer, Scott Rudin e M. Night Shyamalan
Música: James Newton Howard
Fotografia: Roger Deakins
Desenho de Produção: Tom Foden
Direção de Arte: Michael Manson e Chris Shriver
Figurino: Ann Roth
Edição: Christopher Tellefsen
Efeitos Especiais: Illusion Arts Inc. / Industrial Light & Magic
Elenco: Bryce Dallas Howard, Joaquin Phoenix, Adrien Brody, William Hurt, Sigourney Weaver, Brendan Gleeson, Cherry Jones, Celia Weston, John Christopher Jonesm, Frank Collision, Jayne Atkinson, Judy Greerm, Fran Kranz, Michael Pitt, Jesse Eisenberg

4 comentários:

Flávia disse...

Oi, Carla!

Pois é, muita gente odiou esse filme, mas eu adorei! A questão é que os filmes do Shyamalan nunca são sobre o que parecem ser. As pessoas queriam ver filme de terror, de monstros e se decepcionam porque a história é na verdade sobre como é impossível evitar o sofrimento, ou criar um ambiente perfeito. Também é interessante ver como o medo é usado como forma de controle...
Eu adoro os filmes dele!

Bjs!

Otavio Almeida disse...

Eu não adoro o filme. O Shyamalan já fez melhor. Mas é um bom filme e um belo exercício sobre o medo usado como forma de controle.

O problema é O SEXTO SENTIDO ser brilhante. Isso é fato. Aquele final encaixa tudo. É um final surpresa maravilhoso. Mas se O SEXTO SENTIDO não tivesse aquele final, ainda seria um grande filme. Ele não depende da "SURPRESA".

Em seus filmes seguintes, Shyamalan confiou demais nos "truques" finais. EM SINAIS e A VILA, o que ele quer dizer ao público depende exclusivamente de seus finais surpresas.

Mas é um cineasta extremamente habilidoso como contador de histórias e sabe "olhar" pelas lentes da câmera como poucos na atualidade.

Bjs!

Carla Martins disse...

Acho muito chato ficar comparando os filmes de um mesmo diretor. São obras diferente. E ponto.

A Vila é bom. Sexto Sentido é o máximo. Mas são filmes diferentes, com propostas diferentes. Não cabe comparação.

Adorei A Vila ta´mbém, Flavinha!

Beijos

Carla Martins disse...

Otávio,

Realmente, ele é um ótimo contador de histórias!

bjs

 
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